Morte de 2ª criança na fronteira faz CBP mudar protocolos

Foto21 Gerald Champion Regional Medical Center Morte de 2ª criança na fronteira faz CBP mudar protocolosVomitando e com náusea, Felipe Gomez Alonzo faleceu poucas horas depois de ter dado entrada no Gerald Champion Regional Medical Center (detalhe)

Na véspera de Natal, Felipe Gomez Alonzo, de 8 anos, faleceu no Gerald Champion Regional Medical Center, em Alamogordo (NM)

Depois que 2 crianças guatemaltecas morreram sob a custódia da Patrulha da Fronteira dos EUA (CBP) o órgão está mudando como lida com a saúde dos detentos. Na terça-feira (25), o Comissário Kevin K. McAleenan anunciou as mudanças no mesmo dia em que divulgou a morte de um menino de 8 anos na véspera de Natal.

A criança foi identificada como Felipe Gomez Alonzo, detalhou o Deputado Federal Joaquin Castro. O falecimento de Felipe ocorreu 16 dias de pois que Jakelin Caal Maquin, de 7 anos, morreu num hospital sob a custódia do CBP, no sábado (8). O menino faleceu pouco depois da meia-noite no Gerald Champion Regional Medical Center, em Alamogordo (NM). A causa da morte ainda é desconhecida e ele havia recebido tratamento médico ainda na véspera de Natal.

As autoridades migratórias relataram que um agente inicialmente “notou que a criança aparentava estar doente”, na segunda-feira (24), então, levou o menino e o pai dele ao centro médico, onde ele diagnosticado com “gripe comum”. Entretanto, antes de sair do hospital, a equipe médica detectou febre. Eles liberaram o menino à tarde e prescreveram amoxicillin e ibuprofen. Na noite daquele mesmo dia, e menino “apresentou náusea e vômito quando era retornado ao hospital” para avaliação e tratamento, informou a CBP, antes de falecer aproximadamente à meia-noite. As autoridades disseram que a morte está sob investigação.

. Mudança de protocolos:

Em decorrência disso, o Comissário anunciou uma série de protocolos novos depois das mortes das crianças:

1º) A CBP realizará exames médicos secundários em todas as crianças sob a sua custódia, com foco em menores de 10 anos. 2º) O CBP está atuando com o Departamento de Imigração (ICE) no aumento de opções de transporte para centros residenciais familiares e liberações supervisadas. O órgão também está revendo outras opções de custódia para aliviar problemas de capacidade no setor de El Paso (TX), como a ajuda de ONGs e parceiros locais para abrigo temporário. 3º) O CBP está avaliando opções de assistência médica com outros parceiros governamentais. Isso poderia incluir o apoio da Guarda Costeira, assim como mais auxílio do Departamento de Defesa , Departamento Federal de Administração de Emergências, Saúde & Serviços Humanos e os Centros de Controle & Prevenção de Doenças (CDCs). Finalmente, o CBP está revendo suas políticas com foco no cuidado e custódia de crianças com idade abaixo de 10 anos, tanto na chegada e custódia acima de 24 horas.

“O DHS continua a ver o aumento dramático de crianças desacompanhadas e famílias chegarem ilegalmente às nossas fronteiras ou sem autorização”, disse o CBP através de um comunicado. “Consistente com a lei existente, esses indivíduos são mantidos em instalações federais enquanto aguardam a remoção ou liberação para o interior dos Estados Unidos com um aviso para comparecer à uma audiência preliminar no tribunal”.

A morte da criança ocorreu durante o impasse sobre a segurança na fronteira e a possibilidade de paralização do Governo devido ao pedido do Presidente Trump de verba para a construção de um muro ao longo de toda a fronteira dos EUA. A Casa Branca enviou perguntas sobre o caso mais recente ao Departamento de Segurança Nacional (DHS) e os agentes da CBP continuam atuando apesar da falta de liberação de verba.

O CBP prometeu “uma revisão ampla e independente das circunstâncias”.

Alamogordo fica a 90 milhas (145 km) da fronteira dos EUA com o México em El Paso (TX). Conforme ministro das relações exteriores da Guatemala, pai e filho entraram através de El Paso na terça-feira (18), onde foram levados ao posto da CBP em Alamogordo no domingo (23). Oscar Padilla, cônsul guatemalteco em Phoenix, ele foi informado pelo pai da criança numa conversa telefônica que os dois saíram de Nenton, uma vila a 280 milhas (450 km) de Guatemala City. Eles planejavam ir para Johnson City (Tenn.). Padilla identificou o pai como Agustin Gomez, de 47 anos, que permanece sob a custódia do CBP.

Fonte: Brazilian Voice