O impacto maior da pandemia para as mulheres

O impacto da Covid-19 é maior para mulheres em casa e no trabalho. Isso é fato constatado e comprovado. Só nos Estados Unidos, cerca de 60% das perdas de emprego foram experimentadas por mulheres, segundo uma análise realizada pelo Institute for Women’s Policy Research.

Você sabe o que é “Shecession”? É uma referência à recessão de emprego e o aumento exponencial das mulheres sem trabalho por causa da crise atual. Os dados de desemprego de abril levaram o The New York Times a se referir recentemente à crise econômica como uma “Shecession”.

E não é para menos. Cerca de 60% dos 20,5 milhões de empregos eliminados pertenciam a mulheres. Isso resultou em uma taxa de desemprego recorde de 14,7%, mas a taxa de desemprego feminino subiu para 15,5%.

Além do desemprego, muitas vão encarar um outro desafio: o retorno ao mercado de trabalho. Um mercado saturado e, acima de tudo, que não está preparado para recebê-las. Como trabalhar fora se escolas e creches estão fechadas pela pandemia? Onde deixar os filhos para ir trabalhar? Tendo em vista que nem todas as famílias têm dinheiro para pagar uma babá e não têm familiar ou amigo de confiança para deixar a criança. Considerando ainda que a pandemia não acabou e há um vírus circulando cuja vacina ainda não existe.

Então? O Center for American Progress estima que, devido à pandemia de coronavírus, os EUA possam perder até 4,5 milhões de vagas de creche se os prestadores deste tipo de serviço não conseguirem resistir ao fechamento.

Esse é o assunto da matéria principal da semana, cujos relatos de brasileiras realçam a dificuldade maior para o público feminino em diversos campos referentes à atual realidade.

Segundo a ONU Mulheres, que acompanha a resposta política e econômica ao vírus especificamente nesse campo, “as mulheres carregam o bem-estar dos países em seus ombros. No momento, elas estão trabalhando dia e noite e mantendo as sociedades unidas. Elas fazem isso por meio de cuidados de saúde, cuidados maternos, de pessoas idosas, ensino on-line, creches, farmácias, supermercados e assistência social. Em alguns países, tudo nessa lista é trabalho remunerado, embora muitas vezes seja menos bem remunerado do que as profissões tradicionalmente masculinas. Mas, em outros, o trabalho de cuidados que as mulheres exercem vem sem salário”.

As rápidas mudanças na vida cotidiana que todos estão experimentando têm diferentes impactos sobre homens e mulheres. E a ONU Mulheres explica os motivos. “De repente, famílias inteiras se vêem em período integral em pequenos espaços, sob estresse econômico, com a educação das crianças se tornando on-line. Nessas circunstâncias, a dinâmica de gênero com a qual vivemos todos os dias pode levar a resultados e experiências muito diferentes para pessoas diferentes com as tensões que isso coloca em todo mundo’.

Às autoridades, a organização faz questionamentos importantes nesse período. Um deles é: “A renda dos homens é maior que a das mulheres em geral. Os homens são super-representados no trabalho permanente ou a longo prazo e sub-representados no trabalho inseguro. Portanto, existem enormes desigualdades em termos de acesso à segurança, como seguro de saúde, auxílio-desemprego e outras proteções sociais. Os homens também estão super-representados na tomada de decisões políticas no mundo. Você já pensou em como as vozes e os interesses das mulheres são refletidos nos processos de tomada de decisão e nos resultados que você lidera? Você é guiado por mulheres políticas e tomadoras de decisão? As empregadoras e os sindicatos que representam os setores do mercado de trabalho com concentração de mulheres tiveram alguma influência? Foram consultadas organizações de mulheres, abrigos de mulheres ou ONGs? E as mulheres que trabalham no setor informal?”.

Para finalizar, lembramos que as mulheres são fortes sim, – o que dirá as mães – mas toda força um dia acaba se não houver apoio.

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Fonte: Gazeta News