Brasileira perde a guarda do filho para padrasto da criança na FL

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Denize G. de Oliveira, de 37 anos, moradora em Deerfield Beach (FL), e o filho Jacob, de 6 anos (Foto: GoFundMe.com)

A baiana Denize G. de Oliveira diz que o filho de 6 anos sofreu abuso sexual e que perdeu a custódia do menor para o agressor

Na luta para reaver a custódia do filho de 6 anos, Denize G. de Oliveira, de 37 anos, natural de Salvador (BA), moradora em Deerfield Beach (FL), iniciou no GoFundMe.com a campanha beneficente: https://bit.ly/2vPP81x, na qual relata o drama vivido por ela. A brasileira detalhou que, aos 4 anos de idade, a criança disse-lhe que estava sofrendo abusos sexuais por parte do padrasto que, entre 2016 e 2018, tentou adquirir a paternidade legal do menino. Denize conta que, no dia seguinte, denunciou o então marido à polícia local e que um assistente social foi enviado à residência da família para conversar com a criança. Após a entrevista, mãe e filho foram encaminhados ao Nancy Cotterman Center, em Fort Lauderdale (FL), especializado em crianças vítimas de abuso sexual, entretanto, esse mesmo profissional não teria formalizado o caso junto ao centro. Na ocasião, com pouquíssimo conhecimento do idioma e inglês e sem o número do protocolo do caso, eles não foram atendidos.

“Quando chegamos ao local, eu não falava praticamente nada da língua e eles, sem referência do que era o caso, meu filho não foi atendido naquele dia. Para mim, foi uma verdadeira frustração, porque eu estava enfrentando uma situação muito difícil e não tínhamos nenhum apoio. Fomos ao tribunal e o caso foi encerrado pelo DCF como duplicado…?! O DCF não investigou o caso e a criança não recebeu atendimento. Após o caso encerrado, meu marido mudou de ideia e começou a pedir a custódia da criança”, diz a postagem no GoFundMe.com.

Um incidente inusitado ocorrido em casa fez com Denize tivesse cada vez mais certeza de que o menino sofria abusos. “Durante esse tempo, peguei meu filho abusando do gato em casa. Ele estava copiando o que havia sofrido”, relatou.

“Levei meu filho ao Womam in Distress (Mulheres em angústia, em tradução livre), onde meu filho contou com a presença do advogado, que ouviu o testemunho de meu filho e nos encaminhou novamente ao centro Nancy J Cotterman, em Fort Lauderdale. Entretanto, ao mesmo tempo, o tribunal concedeu, em 30 de outubro de 2019, a custódia da criança ao agressor sexual, mesmo sem a criança ter passado por terapia”, acrescentou.

Enquanto lutava para reaver a custódia da criança, Oliveira teve a guarda compartilhada suspensa e foi informada que poderia ver o filho sob supervisão somente 2 vezes por semana.

“Eles simplesmente pegaram meu filho de 5 anos e entregaram nas mãos do agressor sexual. De 5 de novembro de 2019 até hoje, meu filho já foi tratado pelo pediatra da clínica 11 vezes por estar doente. Fui removida dos registros da clínica. Fui removida dos registros escolares do meu filho. Não posso ter contato com meu filho não sendo supervisionado e tenho que pagar pela visita. Desde novembro, tenho lutado para ver meu filho, porque ele mesmo nunca está disponível”, disse ela.

. Acusada de agressão:

Ainda na luta pela custódia do filho, Denize relata que foi ao escritório do FBI na Flórida para pedir ajuda, entretanto, foi presa quando chegou ao local.

“(Eu) fui ao FBI para pedir ajuda no meu caso e fui presa! É isso mesmo, presa. Eu, 37 anos, mãe de dois filhos, fui presa. Meu marido apresentou uma queixa contra mim alegando que eu o agredi e eles acreditaram nele e eu fui presa por isso. Eles não acreditaram no meu filho quando ele disse que estava sendo abusado sexualmente por esse homem, mas acreditaram nesse homem quando ele disse que foi agredido”, relatou Oliveira.

Na postagem do GoFundMe.com, Denize diz que a disputa pela custódia da criança a tem afetado de várias formas, tanto emocionalmente quanto materialmente.

“(…) Não consigo entender como a lei pode funcionar dessa maneira. Esse homem abusou do meu filho, tirou meu filho de mim, me colocou na cadeia por uma noite, perdi o emprego por causa dessa prisão, fui expulsa de casa. Ele fez tudo o que me disse que faria e nada aconteceu com ele. É muito difícil aceitar e entender essa lei. Eles simplesmente tiraram uma criança de 5 anos da mãe e do ambiente sem motivo e sem pensar em como essa criança reagiria a isso… É por isso que ele vem apresentando problemas de saúde 11 vezes na clínica em apenas 3 meses … Isso é demais!!” Desabafou no GoFundMe.com.

Oliveira espera angariar US$ 5 mil na campanha beneficente e informa que essa quantia será usada na contratação de um advogado que a represente na disputa legal pela retomada da posse do filho. Até à tarde de terça-feira (10), não haviam sido feitas doações.

“Eu nunca imaginei na minha vida fazer o que estou fazendo agora; pedindo ajuda… Mas, meu amor precisa de mim e, como mãe, nós fazemos o que for necessário para eles. Eu rezo para que você possa entender nossa situação. Agradeço a cada um de vocês pelo gesto de me ajudar a salvar meu Filho. Espero poder ajudar alguém também”, concluiu.

Fonte: Brazilian Voice