Chefe de autoridade de fronteira pede demissão após denúncias de más condições em abrigo

O governo removeu dezenas de crianças imigrantes de um abrigo em Clint, no Texas, nesta segunda-feira (24) após denúncias de más condições. De acordo com relatos, cerca de 300 menores estavam no local com alimentação ruim e situação higiênica precária.

Advogados denunciaram que crianças não conseguiam dormir por fome e alguns bebês sequer tinham fraldas. Além disso, segundo relatos publicados pela agência Associated Press, os menores usavam roupas sujas – inclusive algumas com a sujeira da travessia da fronteira. Várias crianças passaram semanas ou completaram um mês no abrigo. Havia, ainda, internos doentes – 10 deles em quarentena.

Os advogados também denunciaram que crianças pouco mais velhas – com cerca de 8 anos – eram obrigadas a cuidar das menores e fazer atividades como dar banho nelas. O chefe interino do Escritório de Alfândega e Proteção Fronteiriça, John Sanders, pediu demissão do cargo na terça-feira (25). A retirada ocorreu dias depois de virem à tona denúncias de más condições em um abrigo para crianças imigrantes. Sanders deixa definitivamente o cargo em 5 de julho. Apesar das denúncias, ele preferiu não dizer publicamente a razão do pedido para deixar a chefia do CBP.

“Eu deixo para vocês determinarem se eu fui ou não bem-sucedido”, afirmou, em mensagem aos funcionários. Em entrevista na semana passada, Sanders responsabilizou o Congresso pelos problemas no abrigo de Clint, no Texas. O então chefe do CBP pediu que os parlamentares aprovassem um fundo de emergência de US$ 4,5 bilhões para a crise na fronteira. Segundo a agência Associated Press, o presidente Trump afirmou que não pediu a demissão de Sanders. O republicano ainda defendeu as autoridades de fronteira. “As leis e regras sobre asilo são tão ruins que nossa equipe de patrulha de fronteira – que é incrível – não consegue fazer seu trabalho”, disse Trump.

Fonte: Brazilian Press