Antigo clichê

–>20/01/201817h00Cambuquira era comida de pobre. Trata-se de brotos de abóbora ou chuchu. Esses verdes eram picados, refogados com alho e misturados a um creme de milho-verde ou de abóbora.
Agora, aparecem no cardápio do Tuju, restaurante de rico que faz misturas finas de plantas e técnicas brasileirinhas com vedetes de cardápios do mundo. Tem tapioca com foie gras, por exemplo. Cannoli coberto com a calda de mel de abelha nativa. Tem também alguma coisa com tucupi, claro.
O Tuju tem a cara de São Paulo rica, meio “ricos do B”, mas ricos. Um menu-degustação custa meio salário mínimo, por pessoa. Muito boa técnica. Além de invenções puras, dedica-se a ressuscitar comidas da cultura caipira.Gabriel Cabral – 9.mai.2017/FolhapressPães da casa e salada de nabos com mel, hortelã e leitelho do Tuju Além da cambuquira, os cozinheiros do Tuju servem outros ingredientes da velha roça, como ora-pro-nóbis (na tradição, essas folhas vão no angu ou com frango ensopado) e a taioba, outro mato que se refoga. Essas coisas hoje se chamam “plantas alimentícias não convencionais” (PANCs) e estão na moda.
No Tuju, a cambuquira acompanha um namorado com nhoque de abóbora.

Fonte: Folha de S.Paulo