Mortes: Carismático, foi quase todos os heróis que quis

Arquivo PessoalMario Lima Blanco (1948-2018)20/01/201800h00O cantor romântico Marinho Blanco foi também Detetive Vargas, investigador particular. Poderia ter sido um grande marinheiro –sabia tudo de embarcações e equipamentos– e, antes de botar as filhas pequenas para dormir, assumia a identidade dos protagonistas das histórias de Júlio Verne.
Resumir a história de Mario Blanco às décadas trabalhando como bancário, portanto, seria como dizer que Clark Kent foi jornalista e nada mais.
Subiu as curvas da estrada de Santos criança, devido ao trabalho do pai, também funcionário de banco. Perambularam por Araras e Limeira antes de se firmarem na capital.
Começou a se envolver com música. Apresentava-se na noite paulistana e conheceu o pessoal da Jovem Guarda –dizia ser chegado dos membros da banda Os Incríveis. Deixou as exibições de lado quando virou provedor.
Depois de aposentado, mudou-se para Praia Grande. Era fascinado pelo mar: conhecia literatura náutica e se interessava por marinha de guerra. Julgava-se velho, porém, para colocar o barco na água.
Em 2001, foi desenganado: os médicos diagnosticaram insuficiência cardíaca e lhe deram cinco anos de vida.
Tornaram-se 16. Ainda gravou um álbum e trabalhou como detetive particular –atendia por codinome nos jornais.

Fonte: Folha de S.Paulo