Imigrante presa em entrevista recebe o green card em Rhode Island

Há quinze meses, a guatemalteca Lilian Calderon foi aprovada na entrevista para receber o green card por meio de casamento e foi presa minutos depois de sair da sala. Ela acredita ter sido vítima de uma armadilha. Depois de muita luta na Justiça, agora, Lilian comemora a chegada do tão sonhado documento.

A prisão da imigrante, mãe de dois filhos nascidos nos EUA, foi destaque na mídia depois que a União Americana de Liberdades Civis de Massachusetts (ACLU-MA) entrou com uma ação coletiva alegando que ela e outras pessoas buscando o status legal foram presas em uma “armadilha”. A ONG declarou que os imigrantes foram vítimas de um plano arquitetado pelo U.S. Citizenship and Immigration Services (USCIS) e o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE).

A ação judicial coletiva está longe de terminar, mas Calderón comemorou a vitória esta semana. “Ela agora pode viver em segurança com o marido e os filhos sem medo de deportação”, postou no Twitter a ACLU de Massachusetts.

No início de maio, um juiz federal determinou que o processo de ação coletiva da ACLU pode ser estendido a toda região da Nova Inglaterra, potencialmente adicionando ao processo “centenas ou milhares” de casais em situação similar.

Calderón, de 31 anos, mora em Rhode Island desde os três anos de idade. Ela e o marido preencheram uma petição há mais de um ano para que ela obtivesse o status legal por meio do casamento. Segundo documentos judiciais, ela e o marido foram ao escritório do USCIS em Rhode Island, próximo à residência do casal em janeiro de 2018 para a entrevista. Naquele dia, Calderón foi presa por agentes do ICE tendo como base uma ordem final de deportação que havia sido emitida contra ela. Na ocasião, Lílian foi enviada a um centro de detenção na área de Boston (MA), enquanto aguardava a deportação.

Calderón foi liberada um mês depois de a ACLU de Massachusetts ter apresentado uma petição pedindo sua libertação e uma ordem judicial que bloqueava a deportação dela até que fosse ouvida num tribunal. A ACLU e o escritório de advogados WilmerHale entraram com uma ação coletiva em abril de 2018 em nome de Calderon e outros imigrantes casados com cidadãos dos EUA que enfrentavam circunstâncias semelhantes.

Enquanto o processo judicial avançava no tribunal, Calderón continuou seu pedido de residência permanente legal. Ela voou para a Guatemala para uma entrevista no Consulado dos EUA em meados de maio; sua primeira volta ao país que saiu quando tinha 3 anos. Ela voltou aos EUA no domingo (26) e foi aprovada para obter o green card, disse Adriana Lafaille, advogada da ACLU de Massachusetts.

“Cada passo neste processo tem sido desafiador e surpreendente para nós e, hoje, não é diferente”, disse Calderón na quinta-feira (30), durante uma entrevista coletiva em Rhode Island, segundo o Providence Journal. “Entretanto, hoje, falamos a vocês com a certeza de que nossa família não será separada novamente devido às leis de imigração antiquadas”. (Com informações do Brazilian Voice)

Fonte: AcheiUSA