Como a pandemia está mudando a forma de viver?

Milhões de pessoas já solicitaram seguro-emprego em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus. Nos EUA, analistas estão prevendo que as reivindicações de desemprego relacionadas ao coronavírus nos Estados Unidos possam exceder três milhões.

Mas a perda de emprego é apenas um dos muitos efeitos da COVID-19 sobre a população. Uma mudança de paradigmas e de estruturas está se espalhando junto com o vírus e mudando a forma como aprendemos, remodelando a maneira como vivemos, viajamos e interagimos. Termos como teletrabalho, homeoffice e distanciamento social tornaram-se parte de cotidiano.

Em meio à crise, por uma questão de sobrevivência, é preciso se reinventar. Principalmente no lado profissional porque é por onde as contas são pagas. Pessoalmente, o momento pede resiliência para lidar com essa enorme adversidade. Profissionalmente, o momento pede um rompimento com estruturas do passado e uma abertura ao novo.

Como cita a psicoterapeuta e colunista do Gazeta News, Adriana Tanese, sobre o momento atual para a matéria especial dessa edição (Brasileiros que perderam o trabalho se reinventam para pagar as contas durante a pandemia) “Estamos vivendo uma situação completamente extraordinária sobre a qual perdemos o controle porque não sabemos quando as coisas vão voltar à normalidade.

Não é simplesmente uma pausa – é mais do que isso. E essa incerteza pode deixar as pessoas mais perturbadas. No lado profissional, essa situação pode trazer um transtorno em relação aos planos e projetos, mas precisamos aprender a viver o momento, a viver o dia a dia para evitar se contaminar demais com a ansiedade numa tentativa de enxergar o futuro”, analisa.

Se já era tendência o uso das novas tecnologias, agora mais ainda. Menos negócios serão fechados com apertos de mão e mais pelo clique no celular ou pelo telefone.

Na educação e ensino, o vírus também está testando como as escolas públicas pensam sobre acessibilidade e lidam com alunos com necessidades especiais e aqueles sem computadores e / ou acesso à banda larga, por exemplo.

Algumas dessas mudanças provocadas pela pandemia vão ficar. A transformação não está somente nas rotinas de trabalho, mas do modo de viver em geral da população em todo o mundo.

Os eleitores estão acompanhando de perto e percebendo como os políticos que ajudaram a eleger estão trabalhando pelo bem (ou não) da população. Com certeza, depois dessa epidemia, vão pesar mais os riscos decorrentes da forma como votam, mobilizam, levantam dinheiro e quais mãos que apertam.

Outra mudança: com mais pessoas em casa e a proibição de aglomerações, profissionais se voltaram para as plataformas para manter seu público ou conquistar novos adeptos. De personal trainers a cantores, chefs de cozinha a professores: os profissionais estão encontrando na internet a forma de não parar o seu trabalho e também de levar alento à população enclausurada.

Historiadores e sociólogos já dizem que o patógeno está pronto para mudar normas culturais e visões de mundo a curto e a longo prazo.

Há um século, a gripe espanhola voltou a costurar o tecido da sociedade americana. Seu impacto desproporcional aos homens, juntamente com a Primeira Guerra Mundial, criou escassez de mão-de-obra que abriu portas para as mulheres na força de trabalho, que finalmente ajudaram a obter os direitos de voto.

Algumas mudanças sociais serão temporárias: a proibição de viajar; queda do mercado de ações; falta de papel higiênico, sabão e desinfetante nos supermercados. Outras em andamento podem ser mais duradouras, dizem os historiadores sociais. As leis mudarão, assim como os comportamentos.

Referência: “Coronavirus in Florida: How is the pandemic changing life as we know it?”, escrito por Jim Waymer e Alessandro Marazzi Sassoon para o Florida Today.

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Fonte: Gazeta News