Miami é a 7ª cidade menos acessível para se viver do mundo

Um novo estudo coloca Miami entre as sétimas grandes áreas metropolitanas mais caras para se viver no mundo.

O recente relatório dos pesquisadores urbanos Richard Florida e Steven Pedigo diz que a região, definida como Greater Miami, ou o sul da Flórida – que abrange os condados de Miami-Dade, Broward e Palm Beach, está entre as menos acessíveis para se viver no mundo.

Como “menos acessível” eles definem a proporção do custo de habitação com valor médio dos salários. De acordo com o estudo, isso reforça os altos níveis de desigualdade na região.

De acordo com o relatório, apenas Hong Kong, Sydney, Los Angeles, Londres, Toronto e Nova York são mais caras do que Miami.

O estudo, realizado pelo Miami Urban Future Initiative, também diz que 6 em 10 adultos empregados na Grande Miami gastam mais de 30% de sua renda em moradia, o que os sobrecarrega financeiramente. Essa é a taxa mais alta de qualquer grande área metropolitana nos Estados Unidos. E os trabalhadores de serviços de baixa renda, que compõem mais da metade da força de trabalho da região, são os mais afetados.

Ainda de acordo com o relatório, a acessibilidade da moradia precisa estar em primeiro plano em qualquer discussão sobre desenvolvimento econômico em Miami.

“Não basta dizer que muitas novas torres estão sendo construídas no centro da cidade ou se esconder atrás do fato de que a região tem um excedente de novos condomínios de luxo. O que a região não tem, e o que está no centro de sua crise imobiliária, é moradia que seja acessível para sua crescente população de trabalhadores de serviços de baixa renda”, disse o estudo.

O estudo utiliza dados do US Census American Community Survey e da empresa de análises imobiliárias Trulia.

Bairros
A crise de acessibilidade dos imóveis em Miami varia consideravelmente entre os bairros. Famílias de alta renda ficam mais ao longo da costa da região, onde os valores da moradia são os mais altos. E também há bairros mais caros espalhados pelo interior, fazendo um efeito sanduíche com grandes áreas pobres e desfavorecidas, segundo o estudo.

“O estoque imobiliário da Grande Miami sofre de uma incompatibilidade”, diz o estudo. “A região está construindo condomínios caros – na verdade, está construindo um excedente deles -, mas não está produzindo um número suficiente de moradias acessíveis e de mão-de-obra para suprir a demanda”.

Preços de imóveis e aluguéis

Os preços de imóveis em Miami estão bem acima da média nacional. O valor médio na região metropolitana de Miami foi de mais de US$ 400 mil em outubro de 2018. Isso faz da região a 11a mais cara do país. Esse preço está similar a Washington, DC, que no entanto possui uma das maiores rendas médias do país, enquanto Miami tem um dos salários mais baixos.

O valor médio dos aluguéis na Grande Miami são ainda mais inacessíveis, com um valor médio de US $ 2.095 em outubro de 2018. Esse é o oitavo aluguel mais caro do país, equivalente mais ou menos a Washington, D.C. e não muito menos que Nova York e Seattle – locais com uma renda média muito mais alta.

A brasileira Cibely Oliveira morou em Miami por 16 anos e concorda com o estudo. “Embora eu more em Nova York, onde o aluguel é mais caro, por outro lado, a comida, roupas e restaurantes têm mais opções, o que acaba saindo realmente mais em conta”, disse.

Os aluguéis mostram um padrão similarmente dividido. Tal como acontece com os valores das casas, os preços dos aluguéis tendem a ser mais altos na costa e nos subúrbios do interior. Alguns dos aluguéis mais baixos da região são encontrados em bairros como Liberty City e Little Havana. Enquanto isso, bairros em valorização como Wynwood, o Design District e, é claro, Brickell estão entrando no escalão superior dos preços de aluguel.

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Fonte: Gazeta News