Número de brasileiros que buscam seguro para viagens internacionais aumenta

  • Os brasileiros só compravam seguro de viagem quando os destinos exigiam mas agora a tendência está sendo invertida

Os gaúchos Francisco Lara e Gladys Maria Lara

O casal de gaúchos Francisco Lara, de 82 anos, e Gladys Maria Lara, de 76, sempre viajou com frequência utilizando pacotes de viagem. Foi em mais uma dessas viagens que o casal embarcou em Porto Alegre com destino a Miami para um cruzeiro pelas Bahamas na semana passada. Por experiência e pela idade avançada, o casal sempre incluiu o seguro viagem no pacote. Essa foi a primeira vez que eles precisaram usar e, mesmo tendo a cobertura do seguro, aprenderam algumas lições com o susto.

Embora o número de procura por seguros de viagem esteja aumentando no Brasil e nos EUA, muitas pessoas ainda não sabem escolher o seguro apropriado.
O casal estava prestes a embarcar em um cruzeiro quando Francisco passou mal. A agente de viagens acionou o seguro e, em vez de embarcar para o Caribe, ele foi internado no Jackson Memorial Hospital, em Miami. No entanto, o seguro escolhido pelo casal, Affinity, só cobria US$35 mil dólares.

“A seguradora foi muito profissional. Eles passaram todas as informações para mim por Whatsapp, liberaram os fundos para a hospitalização. Como minha mãe ficou sem roupas já que as malas ficaram no navio, a seguradora disse para ela comprar roupa, comer, e pegar notas para o reembolso, etc”, relatou Adriana Lara, filha do casal. Para ela, o problema foi a falta de conhecimento para a escolha do seguro viagem, com cobertura de US$35 mil.

“A saúde no Brasil é cara, mas nos EUA é mais cara ainda. Mas imagine, esse valor em reais dá RS$140 mil. Isso aqui no Brasil cobre muito de hospital. Nós realmente não tínhamos essa noção do quanto é caro o hospital nos EUA. Custava US$12 mil por noite de hospitalização. Nós não tínhamos noção disso”.

Cobertura recomendada
De acordo com Alexandre Camargo, country manager da Assist Card no Brasil, como os custos médicos são mais caros nos Estados Unidos, o recomendado é uma cobertura de US$150 mil. “Uma cirurgia de emergência para a retirada do apêndice pode custar mais de 30 mil dólares, então contar com uma cobertura de 35 mil dólares pode acabar deixando o viajante na mão. Se os custos do atendimento sobressaíram ao valor da cobertura contratada pelo viajante, o mesmo teria que arcar com os custos excedidos. Por isso, é de extrema importância avaliar bem na hora de escolher seu seguro viagem e optar por opções mais robustas e que cubram mais de 150 mil dólares”.

Procura por seguro
De acordo com a Assist Card, até poucos anos atrás, brasileiros só compravam seguro de viagem quando os destinos exigiam, mas agora tal tendência está se invertendo. De acordo com Alexandre Camargo, os EUA lideram no ranking na busca de seguro viagem. No Brasil, apenas 30% dos brasileiros incluem seguro em suas viagens internacionais.

Segundo dados da Susep, entre janeiro a abril deste ano as seguradoras registraram um crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2018 no Brasil. Os prêmios emitidos saltaram de R$ 158 milhões para R$ 185 milhões, demonstrando que os brasileiros estão cada vez mais conscientes sobre a importância de viajar com seguro.

De acordo com o Squaremouth, um site que compara seguros de viagem nos EUA, a procura por seguro tem ultrapassado recordes também nos EUA. Em viagens de junho a agosto de 2019, houve um aumento de 20% nas contratações de seguro viagem. A maior procura é por seguros que incluem cobertura para cancelamento de viagens e emergências médicas. Houve aumento também na escolha de apólices que incluem a cobertura de furacões, especialmente para pessoas viajando para o México e as Bahamas.

“Anjos”
O caso dos pais de Adriana teve um final feliz, mesmo com uma escolha de uma cobertura muito baixa. Mas isso foi solucionado por brasileiros que apareceram para ajudá-los e que Adriana chama de “anjos”.

Depois de fazer um post no Facebook, Adriana teve contato com várias pessoas que se dispuseram a ajudar. Um brasileiro que vive na Flórida passou o domingo (9) com os pais de Adriana no hospital. Até então, ela pensava que seu pai havia sofrido um AVC, quando na verdade se tratava de uma disfunção hepática, que gerou confusão mental e desequilíbrio dos movimentos.

Esse e outros brasileiros da região foram essenciais para solucionar o caso. Graças a eles, seus pais embarcaram para o Brasil e chegaram na terça-feira (11). “Essas pessoas também entraram em contato com a seguradora e foi aí que percebi a urgência da volta dos meus pais, além da urgência natural, por conta do valor de cobertura do seguro”.

“A minha dica em relação a seguro de viagem é: todos têm que comprar. Graças ao seguro, meu pai teve a assistência no hospital, minha mãe pode comer e comprar roupas e eles conseguiram a passagem de volta. Outra coisa: se a pessoa tem um histórico de doença como o meu pai, que é diabético, ela tem que analisar mais a cobertura”, disse. “Outra coisa: sempre tenha o contato de algum conhecido caso aconteça alguma coisa”.

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Fonte: Gazeta News