O ano eleitoral e a corrida pela naturalização

É ano eleitoral nos Estados Unidos. Ano em que o “bicho pega”, como se diz no jargão popular. Pega porque os Estados Unidos enfrentam questões cruciais em sua economia. Aliás, que país não enfrenta, não é mesmo? O mundo inteiro está encarando uma fase difícil, diga-se de passagem. Mas ainda assim, os EUA continuam sendo um dos países mais procurados por estrangeiros para morar.

Por isso, o governo analisa e faz mudanças aqui e ali. Sem contar as medidas para diminuir a entrada ilegal pela fronteira sul ou evitar que mais estrangeiros com vistos de turistas ou estudantes permaneçam ilegalmente no país, as leis e regras para conceder a permanência legal temporária como o green card (residência permanente) e a cidadania estão ficando mais apertadas. O lance é ter no país imigrante legal e que vá contribuir tanto financeiramente quando moralmente. Não está errado.

É ano eleitoral. Tudo pode acontecer. Inclusive conseguir o tão sonhado green card ou a cidadania. As naturalizações já começaram a aumentar. Em 2018, enquanto o número de green cards diminuiu nos EUA, mais estrangeiros se tornaram cidadãos americanos.

Com os dados mais recentes divulgados pelo Departamento de Segurança Interna, o total de novas naturalizações concedidas nos Estados Unidos em 2018 foi de 761,901, bem acima das 707.265 em 2017 e ainda dos 753.060 em 2016. Mais dados, além desses, constam na matéria especial desta edição “Conquista da cidadania e de residência permanente aumentaram na Flórida” (página 10).

Do total citado de naturalizações, 95,978 delas aconteceram na Flórida – que também viu um aumento em comparação com anos anteriores. O Sunshine State concedeu 7,214 cidadanias a mais em 2018 do que no ano anterior. Foram 95,978 naturalizações, ante 88,764 em 2017 e 69,485 em 2016.

Entre os brasileiros, o sonho americano ainda é pequeno se comparado com cidadãos de outros países. O México continua sendo o país campeão em cidadãos naturalizados americanos: foram 131,977 de 761,901 cidadanias concedidas nos EUA em 2018. Já 10,538 brasileiros conquistaram a dupla cidadania. De 1,096,611 residências permanentes concedidas nos EUA em 2018, 15,394 foram para brasileiros.

Nem só de cidadania e green card depois de velho vivem os imigrantes. A façanha de ter ‘baby’ nascido em solo americano também está no foco e o “turismo de nascimento” está por um fio. Ter filho nos EUA e voltar para o país de origem não agrada Trump. Aliás, não agrada muita gente. Os bebês-âncora, como são chamados, não têm culpa nenhuma. Mas seus pais sim. Por isso o governo cogita uma medida com mudanças no direito à cidadania por nascimento no intuito de impedir a vinda de mulheres estrangeiras aos Estados Unidos para terem filhos americanos. O assunto está na matéria da página 12.

Ainda, novas regras que entrarão em vigor este ano podem colocar em risco a permanência legal de imigrantes possuidores de green card (residência permanente). Certos “erros”, intencionais ou acidentais, podem ser interpretados como abandono do status de residente permanente. Não, o governo não está brincando em serviço.

Dentro das novas regras que serão ainda mais levadas em consideração durante processos para legalização do status imigratório estão tempo no exterior “de férias” e a não declaração como imigrante em documentos oficiais como declaração de imposto de renda.

Conforme pode ser lido na matéria “Regras do USCIS podem facilitar deportação de portadores de green card” (página 12), ficar no exterior por um período prolongado, sem prova de que a viagem é para uma visita de curto prazo, pode ser arriscado.

E uma ordem de deportação cancela automaticamente o green card. Ou seja, corra para obter a cidadania americana antes que piore. É orientação dos advogados de imigração.

É ano eleitoral nos EUA. Tudo pode acontecer. Inclusive um impeachment que tem quase tudo para não dar em nada, mas pode vingar.

O post O ano eleitoral e a corrida pela naturalização apareceu primeiro em .

Fonte: Gazeta News