Nem me lembro mais há quantos anos eu estudo nutrição e exercícios. E em todos esses anos o número de ‘modinhas’ e novos estudos revolucionários que apareceram e desapareceram são incontáveis. Uma hora deve comer, em outra tem que radicalizar e tirar da alimentação.
E em todo esse tempo eu sempre duvidei dessas descobertas que poderiam. de forma simples. resolver um problema grande. Sim, estou falando de mais um estudo que comprova que o bom senso continua sendo a melhor opção.
No dia 23 de janeiro o site do American College of Cardiology (ACC)(1. https://bit.ly/2tGvtjP) publicou uma revisão avaliando a influência do consumo de óleo de coco e de outros óleos de origem vegetal na taxa de LDL-C, ou como algumas pessoas gostam de chamar: o tal colesterol ruim.
No trabalho, os pesquisadores avaliaram LDL, HDL (o bonzinho), o colesterol total, triglicérides, gordura corporal, marcadores de inflamação e glicemia. Os resultados mostram que o óleo de coco aumentou os níveis de LDL-C (o malvadinho) no sangue, mas não aumentou triglicérides e nem diminuiu a adiposidade. O pior nível de aumento foi suficiente para aumentar também os riscos de aterosclerose e de doenças cardiovasculares.
Para mim, sinceramente não é novidade porque 90% do óleo de coco é gordura saturada que, sabidamente, pode aumentar a produção de colesterol. Isso não quer dizer que eu sou a dona da verdade, apenas quer dizer que quando você sabe como o corpo humano funciona, consegue prever o que vai acontecer com mais facilidade.
O óleo de coco está sendo vendido como algo revolucionário que pode ser acrescentado ao café para emagrecer, que pode ser usado em tudo que vai ativar o metabolismo, que pode ser passado na pele que vai diminuir as rugas. A partir disso tudo que é coco virou super saudável. Água de coco passou a ser o líquido que mais hidrata, o coco o petisco mais nutritivo, e assim a coisa vai indo.
Para quem conhece um pouco de química, ou para quem já foi minha cliente, muita coisa já foi desmentida. Quando você vê na prateleira do supermercado um pote com uma pasta branca, escrito óleo de coco, sabemos na hora que é mentira. Somente os óleos insaturados assumem a forma de óleo na temperatura ambiente. Se for pasta, não é óleo, e é saturado como a manteiga, margarina ou banha vegetal.
Infelizmente as redes sociais continuam propagando informações erradas e deturpadas. Isso porque quem as reproduz não sabe muito bem do que está falando e ao ler uma pesquisa científica não consegue de fato entender o que está escrito.
Então, quando você for ler algo científico com resultados de uma pesquisa, saiba que a princípio os resultados são válidos apenas para o grupo estudado e não pode ser generalizado. Os resultados começam a ser generalizados quando várias pesquisas encontram os mesmos resultados, e isso pode ser encontrado em artigos de revisão como este que citei nesta coluna.
O post Óleo de coco aumenta o tal colesterol ruim. E agora? apareceu primeiro em .
Fonte: Gazeta News