Ser idoso no século XXI: por que é tão difícil envelhecer

idosoA perspectiva de vida da população vem cada vez mais com um número maior de pessoas vivendo mais que seus antepassados, atingindo a chamada terceira idade. Mas, pelas notícias de falta de dinheiro suficiente para comida e remédios, inúmeros casos de violência, negligência e abusos que sofrem essa parte da população, convenhamos: não é fácil ser idoso no mundo atual.

Um estudo inédito, apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado na revista Lancet Global Health, revela que um em cada seis idosos sofre algum tipo de agressão.

De calçadas à paciência dos mais jovens: a vida de quem é idoso pede adaptações, mas não é o que acontece na maioria das cidades. O corre-corre da vida agitada do século XXI não dá a devida segurança à população idosa. Pode trazer benefícios aos mais jovens, mas não para quem já não possui a mesma destreza e rapidez para se locomover e até falar.

Além dessa perspectiva, há também o lado econômico. A realidade dos idosos de hoje não é a mesma dos idosos há 30 anos. Ela mudou, mas pra pior. Nos Estados Unidos, desde 1991, triplicou o número de pessoas com mais de 65 anos que se declaram falidas, segundo o Consumer Bankruptcy Project. Para pessoas com mais de 75 anos, o número de falências multiplica-se por dez.

Com isso, face à necessidade de dinheiro para sobreviver, os idosos também estão se mantendo ativos no trabalho até mais tarde. A parcela da população com mais de 65 anos que trabalha ou busca ocupação remunerada dobrou desde o início de 1985, quando era somente 10%, segundo um novo estudo da gestora de recursos United Income.

Mesmo aqueles que já passaram da idade de se aposentar continuam no mercado de trabalho. Idosos que possuem diploma universitário somam hoje 53% , comparado a 25% em 1985, cita a United Income.

Segundo o Gabinete de Estatísticas do Trabalho da Casa Branca, os trabalhadores com mais de 75 anos representam uma fatia cada vez maior da população activa e correspondem já a 85% do crescimento total da força de trabalho.

Claro que o aumento da expectativa de vida e o fato de querer se manter com a mente ativa são fatores também relevantes para eles se manterem no mercado de trabalho por mais tempo. No entanto, a falta de dinheiro ainda fala mais alto.

Infelizmente, essa maioria que poderia estar aproveitando após já ter trabalhado anos ao longo da juventude, sequer pode se dar ao luxo da aposentadoria. Isso porque falta dinheiro. “Falhas nas redes de proteção social, planos de previdência inadequados e gastos astronômicos com saúde fazem com que a perspectiva de parar de trabalhar seja mais temida do que desejada”, aponta

Na Flórida, vivem cerca de 4,2 milhões de idosos e, mesmo sendo um estado que investe bastante nesse público porque recebe muitos aposentados, ainda assim os desafios não são poucos, como contam brasileiros na matéria especial “Brasileiros relatam os desafios e facilidades no cuidado com idosos na Flórida” (página 10 desta edição).

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Fonte: Gazeta News