Governo Biden deve adotar uma política imigratória menos severa, diz especialista

Poucas vezes criou-se uma expectativa tão forte para saber qual será o futuro dos imigrantes…

Poucas vezes criou-se uma expectativa tão forte para saber qual será o futuro dos imigrantes na América quanto nesta “passagem de bastão” de republicanos para democratas.

Isto acontece porque durante os quatro anos do governo de Donald Trump foram implementadas diversas medidas e ordens-executivas que restringiram o acesso e permanência de muitos imigrantes nos EUA em especial os que usaram de vias ilegais para entrar no país.

E embora seja verdade que nunca tantos green cards tenham sido emitidos para estrangeiros qualificados como na atual administração, a grande maioria das decisões do governo Trump buscou tornar a política imigratória mais severa.

Quem comenta sobre as medidas implementadas durante o governo Trump é Felipe Alexandre, advogado de imigração e fundador da AG Immigration, e uma das principais referências em imigração nos EUA.

“Trump adotou uma postura protecionista motivado pela questão da segurança nacional e para valorizar mais as próprias empresas e trabalhadores americanos. Embora ele não tenha conseguido modificar por completo a lei de imigração, certamente tornou muitos processos mais burocráticos e restritivos”, diz.

Com o retorno dos democratas ao poder, espera-se que muitas medidas em vigor sejam revogadas, como as restrições ao Daca (que concede direitos a filhos de imigrantes ilegais) e a programas de refúgio e asilo político.

Além disso, a tendência é que mais vistos para turismo, estudo e trabalho temporário sejam emitidos nos próximos anos. Mas para que isto de fato aconteça, o novo governo terá de convencer o congresso americano, que atualmente possui maioria republicana.

“Sem dúvida o grande desafio político para o governo Biden, não só na questão imigratória, será nas negociações com os deputados e senadores.

Porém, mesmo que dependa do congresso para aprovar leis, o presidente dos EUA ainda possui autoridade para aprovar ordens-executivas que revertam decisões anteriores, como por exemplo a revogação feita na administração Trump de proteções a haitianos e salvadorenhos, além de também poder indicar novas políticas imigratórias aos órgãos competentes”, ressalta Alexandre.

Entre tantos desafios, é importante mencionar que a principal promessa feita durante a campanha de Biden em relação à imigração também deve ser a mais difícil de ser cumprida: a legalização de aproximadamente 11 milhões de pessoas que se encontram indocumentadas nos EUA.

O tema causou polêmica na sociedade americana e agora pode esbarrar no congresso. “Não se trata de uma anistia geral para todos os imigrantes, mas sim para aqueles que demonstrarem querer contribuir com os EUA.

Inclusive, o projeto prevê que eles tenham que pagar uma certa multa para obter a legalização”, pontua o advogado da AG Immigration.

A boa notícia é que, apesar de muitas diferenças, tanto democratas quanto republicanos concordam que os Estados Unidos precisam de novos imigrantes qualificados, com carreiras bem-sucedidas e formação acadêmica avançada, e que desejem contribuir com o mercado de trabalho americano em áreas que exijam conhecimento técnico e experiência, o que deve atrair ainda mais a chegada de imigrantes brasileiros aos EUA nos próximos anos.

“Sem dúvida o sistema imigratório americano caminha para um cenário que irá cada vez mais privilegiar imigrantes bem qualificados. Os profissionais e empresários que quiserem fazer negócios ou morarem e trabalharem legalmente nos Estados Unidos irão encontrar muitas oportunidades de green card”, completa Alexandre.

Fonte: Redação – Brazilian Times.

Fonte: Brazilian Times