Bloomberg diz que votaria contra Trump se fosse senador

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“Eu teria que engolir a seco duas ou três vezes, mas eu diria que votaria contra, pois há tantas evidência de que ele agiu de forma inapropriada”, disse Bloomberg

O julgamento de impeachment de Trump no Senado começou na tarde de terça-feira (21)

O bilionário e ex-prefeito de Nova York considerou “ruim” o processo de impeachment do Presidente Donald Trump e disse que os EUA “estariam em situação melhor se os eleitores decidissem”. Michael Bloomberg votaria contra Trump se fosse senador, comentou durante uma entrevista exclusiva a Craig Melvin no programa Today Show do canal NBC, na segunda-feira (20).

“Eu teria que engolir a seco duas ou três vezes, mas eu diria que votaria contra, pois há tantas evidência de que ele agiu de forma inapropriada”, disse Bloomberg, que está disputando a nomeação democrata.

O julgamento de impeachment de Trump no Senado começou na tarde de terça-feira (21). A equipe de defesa dele inclui Kenn Starr, o promotor cuja investigação há duas décadas culminou no impeachment de Bill Clinton, além do ex-professor de Direito de Harvard Alan Dershowitz.

Bloomberg e Trump são nova-iorquinos e se conhecem há muito tempo. Na sexta-feira (17), o Presidente criticou seu possível futuro aliado no Twitter, debochando da recusa dele em participar dos debates presidenciais democratas. Bloomberg conversou com o NBC News durante uma parada em Tulsa, Oklahoma, onde ele discursou para eleitores afro-americanos no domingo (19), quando abordou a desigualdade econômica baseada em raça. Ele destacou a proposta de que visa o aumento de imóveis e negócios que são propriedade de negros, incluindo o investimento de US$ 70 bilhões nas vizinhanças mais carentes da nação.

Bloomberg foi criticado por ter apoiado a política de paradas e revistas (stop-and-frisk) por policiais nas ruas, quando ainda era prefeito de New York City, sendo a maioria dos suspeitos negros e hispânicos para verificar se eles portam armas. Em novembro último, ele se desculpou, alegando que entendeu errado.

“Quando nós o fizemos, saiu do controle. Quando eu percebi, nós fizemos um pequeno teste para verificar se pararmos. Todo mundo disse que a criminalidade aumentaria. Ela não aumentou, então, eu disse para nos livrarmos disso”, comentou durante a entrevista. “Quando eu deixei o cargo, 95% (dos casos) haviam parado e eu gostaria de ter me desculpado anteriormente. Simplesmente isso”.

O bilionário de Nova York, que construiu a fortuna dele através da companhia de informações financeiras que ele fundou, entrou na disputa presidencial somente em novembro; uma escolha que ele fez depois de ter avaliado os outros candidatos democratas.

“Eu olhei e não achei que nenhum deles poderia derrotar Donald Trump. Alguns, de fato, quase garantiriam a reeleição dele”, disse ele não citando nomes.

Explicando porque ele acha Trump tão perigoso, Bloomberg disse que o estilo impetuoso dele era prejudicial ao país. “Tem a ver com o processo dele, falta de inclusão e escutar os conselhos das pessoas. Sempre brinco que não existe ‘eu’ na palavra equipe. A forma com que Trump soletra, não existe E, Q, U, I, P ou E, portanto, esta não é a forma de conquistar coisas”, disse ele.

A senadora de Massachusetts, Elizabeth Warren, disse que Bloomberg “comprar a nomeação do Partido Democrata”, enquanto o senador de Vermont, Bernie Sanders, o acusou de utilizar os bilhões dele para “comprar o governo dos Estados Unidos”.

Durante a entrevista ao NBC News, Bloomberg defendeu a possibilidade financeira dele de financiar a própria campanha eleitoral. “Eles não estão dizendo que não gastarão dinheiro. Eles gastarão cada centavo que conseguirem. A diferença é que eu estou gastando o dinheiro que eu fiz”, disse ele.

“JFK era um milionário, George Washington era um milionário, Roosevelt era um milionário. Nós temos o histórico de pessoas ricas e eu acho que esses três são presidentes bastante bons; então, você não pode dizer que isso (dinheiro) te dá presidentes maus; pelo menos nesses casos”, acrescentou.

A entrada tardia de Bloomberg na disputa presidencial significou que era tarde demais para conquistar apoio em Iowa, New Hampshire e outros estados, detalhou. Nas semanas seguintes em que anunciou a candidatura, ele montou um comitê de campanha grande, com centenas de trabalhadores de campanha em dezenas de estados. O primeiro teste da força eleitoral de Bloomberg será na Super Terça-Feira, 3 de março. Caso ele perca a nomeação democrata, esse exército de trabalhadores ajudará o eventual nomeado, disse ele.

Desde que entrou na disputa eleitoral em novembro, Bloomberg já contratou mais de 800 trabalhadores, incluindo 500 organizadores em mais de 30 estados e outros 300 trabalhadores no escritório sede de campanha em Nova York.

Ele já gastou mais de US$ 100 milhões em propagandas e está para abrir uma dúzia de escritórios em Ohio, 9 em Michigan e 17 na Flórida, informou a campanha dele.

Fonte: Brazilian Voice