O Ministério da Saúde divulgou na tarde desta sexta-feira, 20, que o Brasil tem 904 casos confirmados de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e somava 11 mortes.
Em relação ao balanço anterior, houve aumento de 45% no total de casos e de 83% nas mortes. Na quinta o ministério somava 621 casos de Covid-19 e 6 mortes.
Um levantamento da universidade Johns Hopkins nesta sexta afirmou que há ao menos 10.031 mortos e 245 mil infectados em todo o mundo pelo coronavírus.
Ritmo de contágio avançando
O ritmo de contágio do coronavírus no Brasil está igual ao registrado na Itália e acelerando. Segundo um estudo conduzido por sete universidades, o número de casos deve passar de 3 mil já na terça-feira (24). A disseminação hoje no Brasil vem num ritmo igual ao da Itália de semanas atrás -e ganhando velocidade.
O número de casos deve passar de 3 mil já na terça-feira (24). Para sábado (21), a estimativa é de 1.091 casos; para domingo (22), 1.478; segunda (23), 2.003; e terça, 2.714 (24). Há um intervalo para cada dia, com mínimas e máximas, que prevê até 3,4 mil casos na terça. Isso quer dizer que, no Brasil, a cada 54 horas e 43 minutos, o número de contaminados dobra.Quanto mais baixo for esse tempo, mais rápida corre a pandemia no país que teve o primeiro caso confirmado há quase 1 mês- no dia 26 de fevereiro.
Autoridades de Saúde de todo o Brasil intensificaram nas últimas semanas os pedidos para que a população fique em casa. O isolamento social é defendido como o meio mais eficaz para “achatar a curva” da epidemia.
Estado de calamidade pública
O Senado aprovou nesta sexta-feira (20), por unanimidade, o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade pública no país em razão da pandemia de coronavírus. O reconhecimento de calamidade pública permite que o governo aumente o gasto público e descumpra a meta fiscal prevista para o ano.
Pico em abril e maio
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira (20) que infecções por coronavírus deverão disparar no Brasil entre os meses de abril a junho.
“A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida [de infecções]. Essa subida rápida vai durar o mês de abril, o mês de maio e o mês de junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração de subida”, afirmou Mandetta.
Os casos de transmissão de Covid-19, infecção causada pelo coronavírus, deverão perder velocidade a partir de julho e, em agosto, é esperado que as ocorrências comecem a cair.
Restrita entrada de estrangeiros e deslocamentos por terra
O governo federal restringiu a entrada de estrangeiros no Brasil por voos internacionais para prevenir uma maior disseminação do novo coronavírus no país. A medida tem prazo de 30 dias e começa a valer em 23 de março. Serão impedidos de entrar no Brasil passageiros estrangeiros vindos da China, de países-membros da União Europeia, da Islândia, da Noruega, da Suíça, do Reino Unido e da Irlanda do Norte, da Austrália, do Japão, da Malásia e da Coreia do Sul.
A restrição não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados, imigrantes com prévia autorização de residência no Brasil, estrangeiro que vai se reunir com familiar brasileiro que está no país ou aquele que seja autorizado pelo governo em vista do interesse público. A medida também não atinge profissionais estrangeiros a serviço de organismo internacional, funcionários estrangeiros autorizados pelo governo brasileiro e o transporte de cargas.
Ontem, o governo federal determinou o fechamento de fronteiras terrestre do Brasil com países vizinhos da América do Sul por 15 dias. Somente a fronteira com o Uruguai que ainda será objeto de uma portaria específica porque os dois governos não entraram em consenso. Brasileiros continuam podendo entrar no Brasil vindo dos países mencionados.
Ainda sobre deslocamento por terra, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) comunicou na manhã de hoje que, por ora, o transporte interestadual de passageiros continuará em operação. Governos estaduais como do Rio de Janeiro estavam determinando a suspensão do transporte interestadual de passageiros entre o Rio e estados com circulação confirmada do coronavírus ou situação de emergência decretada. Paraná e Maranhão tomaram decisões semelhantes.
Prejuízos
O Turismo brasileiro foi o primeiro a ser fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus no País. Somente nos 15 primeiros dias de março, o volume de receita do segmento encolheu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado – uma perda equivalente a R$ 2,2 bilhões. É o que aponta estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projeta ainda que os prejuízos já sofridos pelo setor têm potencial de reduzir até 115,6 mil empregos formais.
Investimento governo
Para tentar amenizar a crise econômica causada pela pandemia, o governo brasileiro anunciou uma série de medidas que devem injetar quase R$ 150 bilhões em três meses. Parte das ações tem como objetivo colocar mais dinheiro à disposição das pessoas, como a antecipação do abono salarial e do 13º do INSS. Para evitar que empresas fechem ou demitam funcionários em meio à crise, o governo dará um prazo maior em algumas cobranças de impostos como o Simples Nacional e o FGTS e autorizou que empresas coloquem funciona´rios em meio período com corte no salário.
O governo federal editou Medida Provisória que remaneja R$ 5,09 bilhões dos ministérios da Saúde e da Educação para o enfrentamento de emergência à crise de saúde pública.
Leitos
O Brasil possui leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em apenas 545 dos 5.570 municípios — ou 9,8% deles —, segundo dados de janeiro de 2020 do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Desses 550, apenas 482 cidades têm vagas disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ou 8,6% do total nacional.
Para se ter uma ideia, no país, havia 50 mil leitos de UTI habilitados em janeiro, sendo apenas 22 mil deles disponíveis pelo SUS. Os demais são de hospitais que fazem atendimento apenas mediante pagamento ou convênios. O Ministério da Saúde já anunciou que vai alugar leitos da rede privada.
Agora, hospitais e operadoras de planos de saúde estão adiando cirurgias e procedimentos não urgentes para deixar os leitos hospitalares livres para os prováveis pacientes do coronavírus.
A Prefeitura de São Paulo vai instalar dois mil leitos para atender pacientes com doenças de baixa complexidade no Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo, e no Anhembi, na Zona Norte.
Testes
O Ministério da Saúde informou que, na rede pública, foram feitos 13 mil testes — ou 62 para cada um milhão de brasileiros. Ainda não há estatísticas para a rede particular. Oito empresas com testes rápidos foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e esperam vender, inicialmente, 640 mil kits no Brasil.
Entretanto, a entrega para o governo ou outros eventuais compradores ainda não tem data prevista. Apesar delas já trabalharem com previsão de quantidade de kits a ser produzida, a maioria das empresas aponta que a entrega desses itens depende antes da importação de material da China para produção dos testes em fábricas no Brasil. Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse que deverá atingir a distribuição de 50 mil testes e que em abril deverá triplicar a capacidade de produção.
Os novos testes são voltados para uso profissional e permitem a leitura dos resultados, em média, em 15 minutos. Eles estão divididos em dois grupos: os que usam amostra de sangue e detectam anticorpos e os que usam amostras das vias respiratórias dos pacientes, nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta) e detectam o antígeno (no caso, o vírus).
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Fonte: Gazeta News