Para aproveitar os dias longos e ensolarados do verão europeu, hotéis de Lisboa têm apostado no serviço de bar e restaurante ao ar livre.
O atendimento é feito em mesas e cadeiras nas calçadas ou em terraços (rooftops).
“Queremos que as pessoas tenham um dia agradável. Não queremos distorcer completamente o que é estadia num hotel de cinco estrelas”, diz Pedro Ribeiro, diretor comercial da rede Dom Pedro Hotels and Golf Collections.
Apesar da aparência de normalidade, as restrições continuam. Para entrar, sair e circular nesses locais, é obrigatório o uso de máscara. Após as 20h, apenas quem estiver comendo pode consumir bebidas alcoólicas. E vários estabelecimentos proíbem mesas com mais de 20 pessoas.
Quem for se hospedar na capital portuguesa vai encontrar uma intensa rotina de higienização e tentativas de distanciamento social. Na recepção, placas de acrílico separam funcionários do público e, nos quartos, equipamentos de uso comum como controles ganham limpeza especial.
Além de investir em protocolos de desinfecção, os hotéis estão empenhados em mostrar para os hóspedes que estão fazendo tudo certo.
Pensando nisso, o governo de Portugal lançou um selo de boas práticas para o setor, que inclui hotéis, restaurantes, museus e apartamentos de aluguel por temporada.
Batizado de “Clean and Safe” (limpo e seguro), o certificado é um indicativo de que a empresa se compromete a cumprir uma longa lista de recomendações da DGS (Direção-Geral da Saúde).
Entre os pré-requisitos estão a necessidade de limpeza e desinfecção constante de áreas comuns, medição de temperatura corporal de colaboradores e fornecimento de equipamentos de segurança para visitantes e funcionários.
Mais de 16 mil empreendimentos já pediram o selo “Clean and Safe”. Os espaços que aderirem estão sujeitos a fiscalizações e podem ser denunciados caso não sigam os parâmetros de higiene.
Para conseguir o selo, as rotinas de limpeza de quartos e áreas comuns dos hotéis do grupo Dom Pedro tiveram que ser adaptadas. Nos restaurantes, em alguns estabelecimentos o bufê foi substituído por um menu à la carte; em outros, houve uma adaptação da experiência, com a instalação de separadores de acrílico que impedem o contato do hóspede com a comida.
No The Vintage Hotel e no Lumiares Hotel & SPA, ambos em Lisboa, a aposta foi na tecnologia.
Vários serviços passaram a ser oferecidos pelo celular. As chaves dos quartos foram substituídas por uma tecnologia contactless, que permite abrir as portas com QR Code. A partir do aplicativo dos hotéis é possível pedir serviço de quarto e até buscar recomendações sobre o que fazer na cidade.
Para atrair os mais reticentes, muitos estabelecimentos flexibilizaram as regras de cancelamento de reserva. No Grupo de Hotéis e Cassinos Solverde, por exemplo, agora as tarifas são 100% reembolsáveis até 48 horas antes da data de hospedagem.
A rede também faz monitoramento diário de temperatura dos hóspedes e criou uma área especial para isolar casos suspeitos de Covid-19.
Entre os estabelecimentos, a ausência dos viajantes brasileiros —barrados de entrar em toda a União Europeia por causa da situação da pandemia no país— já causa impactos, especialmente no segmento de luxo. No Dom Pedro de Lisboa, a nacionalidade brasileira foi a mais comum entre os hóspedes em 2019.
Ao todo, mais de um milhão de cidadãos do Brasil visitaram Portugal no ano passado, um recorde absoluto, apesar do euro valorizado.
Fonte: Folha de S.Paulo