A desigualdade entre países para enfrentar a COVID-19

covid-19“A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita”, cita o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Políticas para reduzir vulnerabilidades e construir capacidades para administrar a crise, tanto no curto quanto no longo prazo, são vitais se os indivíduos e a sociedade pretendem resistir e se recuperar melhor de choques como este, salientou o organismo das Nações Unidas.

Para discutir as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19 foram lançados dois painéis de dados na quarta-feira, 29, pelo órgão.

O primeiro aborda o preparo dos países para reagir à COVID-19 que apresenta indicadores para 189 países – incluindo nível de desenvolvimento, desigualdades, capacidade do sistema de atenção à saúde e conectividade de Internet – para avaliar o quanto uma nação está apta a responder aos múltiplos impactos de uma crise como a da COVID-19.

Embora toda sociedade seja vulnerável a crises, as habilidades de reposta diferem significativamente entre cada uma no mundo todo.

Por exemplo, os países mais desenvolvidos – aqueles de nível muito elevado em desenvolvimento humano – têm em média 55 leitos hospitalares, mais de 30 médicos e 81 enfermeiros para cada 10 mil habitantes, comparados com uma média de 7 leitos hospitalares, 2,5 médicos e 6 enfermeiros em um país de desenvolvido mínimo.

E com extensivos confinamentos, a ‘brecha digital’ tornou-se mais significativa do que nunca, enquanto 6,5 bilhões de pessoas em todo o planeta – 85,5% da população global – ainda não têm acesso a Internet banda larga segura, o que limita sua capacidade de trabalhar e continuar sua educação.

“Quando uma crise chega, quão vulneráveis estão os países a seus efeitos?”

O segundo painel apresenta indicadores que refletem a vulnerabilidade dos países aos efeitos desta crise.

Aqueles que já vivem na pobreza estão particularmente em risco. Apesar dos progressos recentes na redução da pobreza, em média uma em cada quatro pessoas ainda vive em pobreza multidimensional ou está a ela vulnerável, e mais de 40% da população global não têm nenhuma proteção social.

A pandemia da COVID-19 também nos lembra que disrupções são contagiosas, desencadeando problemas em outros lugares. Em alguns países, como o Quirguistão, por exemplo, parte significativa do PIB vem das remessas de recursos. Enquanto países tão diversos entre si, como Montenegro, Maldivas e Cabo Verde, dependem fortemente do turismo (quase 60% do PIB das Maldivas, por exemplo) estão sendo atingidos profundamente pelas proibições de viagem e confinamentos.

Além da queda no PIB, muitos países enfrentam com dificuldade o desafio de comprar o equipamento sanitário e hospitalar necessário para conter a pandemia. Isso porque falta recursos e a fila para a compra muitas vezes dá prioridade a quem paga mais e na hora.

Sabia que há países que estão usando dinheiro do narcotráfico e oriundos de outras atividades criminosas para fortalecer seus sistemas de saúde diante do avanço do vírus?

Argentina e Colômbia usam ativos apreendidos – de carros a imóveis que pertenciam a criminosos suspeitos – bens que são usados para transportar ou abrigar pacientes com coronavírus ou isolar pessoas em risco devido à pandemia.

Tal meio é possível graças a uma figura jurídica chamada “extinção de domínio”, que se aplica por lei a ativos supostamente adquiridos ilegalmente.

Basicamente, permite que os pertences ilícitos de pessoas acusadas de crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico humano, terrorismo ou corrupção sejam colocados à disposição do Estado.

Ou seja, cada um usa as armas que têm no combate à pandemia.

Com referências da ONU Brasil e BBC.

 

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Fonte: Gazeta News