Morte de George Floyd: ‘Os EUA nunca foram um país branco’, diz historiadora Annette Gordon-Reed

Professora Annette Gordon-ReedDireito de imagem Universidade de Harvard

Annette Gordon-Reed tinha 6 anos quando conheceu a injustiça.

Mesmo uma década depois de a Suprema Corte dos Estados Unidos declarar inconstitucional a segregação em escolas públicas, a cidade do Texas onde ele morava com sua família relutava em cumprir a decisão.

Era a década de 1960 e seus pais tomaram uma decisão ousada: matricularam a filha em uma escola para “brancos”.

“Eu me perguntava como se justificava dizer que os brancos deveriam ir para uma escola e os negros para outra. Isso me deixou consciente da injustiça”, lembra ela do episódio em sua infância que a marcou para sempre.

Décadas depois, ela se tornou advogada e historiadora na Universidade Harvard e ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer na categoria História em 2009.

Gordon-Reed é uma das acadêmicas mais reconhecidas nos Estados Unidos quando o assunto é a história das leis de seu país, com ênfase nos estudos sobre a escravidão.

Com sua pesquisa sobre Thomas Jefferson, que escreveu a Declaração da Independência e é um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos, a escritora também mostrou que Jefferson teve filhos com uma escrava chamada Sally Hemings, algo que era negado categoricamente por historiadores.

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Image caption A morte de George Floyd sob custódia policial provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos e em outros países do mundo.

A seguir, leia a entrevista que Gordon-Reed deu à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, sobre a recente onda de protestos contra a violência policial e o racismo nos Estados Unidos.

BBC Mundo – Qual é a sua visão da situação atual dos protestos nos EUA?

Gordon-Reed – É uma situação triste e um pouco alarmante. Vivemos um tempo intenso aqui, com a pandemia seguida de protestos e marchas contra a violência policial em todo o país. A resposta hostil aos protestos em muitos lugares tem sido preocupante, com agentes atacando pessoas que não estão fazendo nada. Obviamente, há preocupações sobre saques em áreas como Manhattan.

É preocupante, porque estamos passando por um ponto de pressão e ninguém sabe o que vai acontecer.

BBC News Mundo – Você aponta que os valores estabelecidos na Declaração de Independência dos EUA e na Constituição não se assemelhavam à realidade do que estava acontecendo. Por quê?

Annette Gordon-Reed – A Declaração, em particular, fala sobre a igualdade universal de toda a humanidade. Consideramos essas verdades como algo evidente, que todos os homens foram criados como iguais. Mas, obviamente, a escravidão existiu durante esse período e os negros, a maioria, não participaram, nem as mulheres, metade da população, que não conseguiram fazer suas vozes serem ouvidas no cenário político. As mulheres eram representadas por seus maridos ou pais.

Havia muitas áreas em que os termos da Declaração não eram cumpridos ou não eram verdade, mas era uma aspiração. O que aconteceu é que ela foi tomada como uma declaração de aspiração.

Assim, em cada geração nos EUA, todos os diferentes grupos que querem ser ouvidos usam as palavras da Declaração para embasar suas demandas.

Sempre houve uma dualidade na história dos EUA, com esse tipo de aspiração pela igualdade, mas a realidade é que, ainda hoje, nos livramos da escravidão, mas ainda existem grandes disparidades na vida das pessoas brancas e não brancas.

Basta olhar para a diferença entre o tratamento dado às pessoas que foram ao Parlamento em Michigan (há algumas semanas para protestar contra as medidas de isolamento devido ao coronavírus) com suas armas e gritaram na cara dos policiais e ninguém fez nada. E há manifestantes que não estão fazendo nada e são atacados.

Essa moral dupla ainda existe. A Declaração da Independência tem essas palavras e as pessoas as usam, mas ainda precisa se tornar realidade. Não basta dizer.

BBC News Mundo – Você fala de uma segregação de fato hoje em muitos lugares nos Estados Unidos. O que você quer dizer com isso e como superá-la?

Gordon-Reed – Os padrões de acesso à moradia nos Estados Unidos são fortemente estabelecidos de acordo com a raça, mesmo que a lei proíba discriminar os negros em relação ao acesso à moradia.

Estudos mostram que os proprietários de apartamentos não tratam os candidatos negros da mesma maneira que os brancos. E obviamente isso é contra a lei, mas não deveria ser necessário recorrer ao Judiciário por isso. Em outras palavras, é ter de usar a lei para obter o que as outras pessoas conseguem como algo normal.

Há muitas maneiras pelas quais os processos de acesso à moradia refletem a intenção de segregar. Existem bairros negros, bairros brancos, e isso não acontece inteiramente por opção. Tem muito a ver com as medidas que eu disse, segundo as quais as pessoas que vendem casas não querem atender clientes negros.

A economia também desempenha um papel, em que pessoas negras são impedidas de entrar no mercado de trabalho e não tenham acesso a determinados empregos.

Mesmo tendo dinheiro para comprar imóveis em certos lugares, existe a discriminação que mencionei anteriormente. Portanto, embora não tenhamos leis que oficializem a segregação, esses padrões persistem hoje.

BBC News Mundo – Você fala de uma ligação entre escravidão e a violência policial nos Estados Unidos. Por quê?

Gordon-Reed – A prática de supervisionar e patrulhar pessoas negras excessivamente claramente começou durante a escravidão.

Escravidão não era apenas obrigar pessoas a trabalhar sem remuneração. Era um sistema de controle social. E os primeiros grupos que podemos considerar policiais ou departamentos de polícia eram patrulhas brancas que vigiavam os escravizados para garantir que aqueles que iam de uma plantação para a próxima tivessem autorização para se mudar.

Portanto, essa ideia de que os brancos deveriam supervisionar as atividades dos negros é uma coisa de longa data. E só porque terminamos a escravidão, isso não significa que a mentalidade não continue existindo.

Pense nos homens que estavam perseguindo um homem negro que estava correndo na Geórgia. Que direito eles tinham de fazer isso? Por que eles pensaram que podiam fazer isso? Por que não ir à polícia e denunciá-lo às autoridades?

A ideia de que toda pessoa branca tem o direito de vigiar e supervisionar pessoas negras é algo que existe há muito tempo. E essa atitude não acabou.

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Image caption George Floyd morreu depois que um policial branco ajoelhou em seu pescoço. Ele chegou a dizer que não conseguia respirar

BBC News Mundo – Por que você associa a escravidão ao legado da supremacia branca?

Gordon-Reed – A supremacia branca não é algo exclusivo dos Estados Unidos. Não consigo imaginar que na América do Sul isso não exista. Lembro que quando estava em Cuba, em 2010, eles insistiram que não havia racismo lá, mas nessa hora os negros com quem eu estava mudaram a expressão em seus rostos, como se me dissessem que não era verdade.

A supremacia branca é um fenômeno mundial e é gerada a partir do fato de que, durante séculos, os europeus exerceram poder e dominação sobre os povos não europeus no mundo. Essa ideia de supremacia branca não é apenas dos americanos e não se trata apenas da Ku Klux Klan ou dessas expressões extremistas.

Trata-se de acreditar que a vida dos brancos é mais importante que a dos negros e que os brancos são melhores que os negros. E isso se manifesta de várias maneiras.

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Image caption Em 2005, o Senado dos Estados Unidos pediu desculpas por não ter agido para conter linchamentos de negros

Obviamente, a escravidão reforçou isso porque era um sistema amplamente baseado em raça.

A supremacia branca é muito mais difundida do que apenas entre pessoas extremas que ferem outras pessoas. Muitas vezes, as pessoas nem percebem que têm essas atitudes.

Não é que eles estejam tentando machucar alguém, mas é assim que eles cresceram e esse padrão de pensamento é natural para eles, e não o questionam.

BBC News Mundo – Como a supremacia branca se manifesta nos EUA de hoje?

Gordon-Reed – Em algumas das coisas que mencionei anteriormente e, por exemplo, no tratamento referente à Segunda Emenda (da Constituição, que garante aos cidadãos o direito de possuir e portar armas). Se um homem branco anda pela rua com uma espingarda automática, isso não é um problema, mas se um homem negro o fizer, provavelmente vão prendê-lo e poderão até matá-lo.

Portanto, mesmo com coisas consideradas direitos, e eu sei que este exemplo é difícil para as pessoas de outros países entenderem, os direitos da Segunda Emenda não são igualmente cumpridos. Os negros não podem fazer as mesmas coisas que os brancos.

O tratamento das pessoas sob custódia também é diferente. Não estou dizendo que não há brancos agredidos ​​pela polícia, mas geralmente há um tratamento diferente.

Outro de muitos exemplos é o acesso a serviços de saúde para brancos e negros.

BBC News Mundo – Você vê uma ligação entre supremacia branca e o poder? E as pessoas que governam o país?

Gordon-Reed – Certamente há uma batalha nesse sentido. A supressão do voto, por exemplo. A noção de que, se você suprimir o voto negro, altera o curso de uma eleição. Há pessoas que acreditam que isso é justificável. E muito disso é baseado em um exercício de poder baseado na raça, tentando impedir que os negros participem igualmente no processo político. É uma coisa muito ruim para um país que se descreve como uma democracia ter grupos que eles acham que não deveriam votar.

BBC News Mundo – Como ocorre a supressão do voto em uma democracia?

Gordon-Reed – Suprimir a votação envolve tomar medidas conhecidas por ter um impacto díspar em uma comunidade. Por exemplo, meus pais costumavam reclamar que, sempre que havia uma eleição, eles mudavam o centro de votação nos bairros negros do local onde a eleição deveria ocorrer. Enquanto isso, o centro de votação permaneceu intacto nos bairros dos brancos.

Esses tipos de táticas são projetadas para impedir que as pessoas votem. Eles fazem isso porque sabem que a maioria dos negros apoia o Partido Democrata, e quando são suprimidos, o resultado de uma eleição pode ser afetado.

BBC News Mundo – Nas redes sociais, foram divulgados discursos de figuras públicas que se identificam como negros conservadores e que argumentam que a violência policial contra negros é um mito e que homens negros tendem a cometer mais crimes do que homens brancos. O que está por trás desses discursos?

Gordon-Reed – As pessoas têm pontos de vista diferentes. E, é claro, os conservadores negros têm o direito deles. A verdade é que as comunidades negras são muito mais vigiadas e supervisionadas do que as comunidades brancas.

Um exemplo é a chamada “guerra às drogas” (na década de 1970) e o impacto díspar que teve nas comunidades negras.

Os negros não eram os únicos responsáveis ​​por toda a compra de drogas nos EUA, isso é um mito. Pense em meninos em escolas particulares brancas que usam drogas. Não há policiais para vigiá-los ou abordá-los.

E a ideia de pessoas que usam drogas, eu acho, vai contra a ideia de que a criminalidade entre os negros é maior que entre os branco. É que eles estão procurando em um lugar específico, não estão procurando atividades criminosas em outras áreas, e as comunidades negras são muito mais vigiadas do que as brancas.

Não espero que todos tenham o mesmo ponto de vista, e os conservadores negros têm direito ao deles. Eu apenas acho que a interpretação deles das estatísticas está errada.

BBC News Mundo – Os jovens negros com quem falei mencionaram repetidamente que estão frustrados pela maneira como a sociedade americana os caracteriza, como uma espécie de entidade monolítica às vezes carregada de estereótipos prejudiciais. Outros disseram que estão cansados ​​de educar seus amigos brancos sobre racismo. O que você diria a eles?

Gordon-Reed – Eu entendo os sentimentos deles sobre isso. Eu pensaria que não é preciso estar na posição de tentar educar ou de educar as pessoas sobre o que é certo.

Eu nem sei o quanto é útil tentar. Acho que o máximo que você pode fazer é viver sua vida de uma maneira que, de certa forma, sirva de modelo para o tipo de comportamento que você espera dos outros.

Não acho que seja nossa responsabilidade explicar às pessoas brancas que somos seres humanos. Eu acho que é degradante pedir que façamos isso. Eles sabem disso ou não, ou as circunstâncias os alertarão para o problema.

Eu acho que o que está acontecendo agora está abrindo os olhos de muitas pessoas que estão vendo os protestos e como as pessoas estão sendo tratadas neles. Vi em uma pesquisa que mais de 60% das pessoas apoiam os protestos, apesar de saberem que em alguns casos a violência eclodiu.

No geral, as pessoas perceberam que matar negros ficou fora de controle.

Então, eu concordo com esses jovens, não acho que é responsabilidade deles educar outras pessoas e mostrar a elas que são seres humanos. Ao mesmo tempo, a única coisa que você pode fazer é tentar viver sua vida da melhor maneira possível e não ter medo de expressar seus sentimentos para outras pessoas.

Não deve ser sua responsabilidade, por exemplo, tentar mudar a cabeça das pessoas. É difícil fazer isso. E acho que é degradante dizer a alguém ‘aqui estão todas as razões pelas quais sou um ser humano e mereço vida, liberdade e busca pela felicidade’.

BBC News Mundo – Você mencionou que os americanos veem os fundadores de seu país como “objetos de louvor”. O que você quer dizer com isso?

Gordon-Reed – Há uma tendência de olhar para trás e para os fundadores, porque este é um país jovem. E acho que os fundadores têm um significado maior no mundo novo do que no mundo antigo. As pessoas lembram os nomes das pessoas que fizeram o país.

De certa forma, isso pode ser uma coisa boa, porque fornece às pessoas um ponto de referência. Mas pode ser uma coisa ruim, porque os fundadores não eram pessoas perfeitas. E eles viveram uma era de escravidão e uma era com outras formas de opressão que condenamos hoje.

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Image caption George Washington é um dos fundadores dos Estados Unidos e foi o primeiro presidente do país

Portanto, faz sentido reconhecer quem começou as coisas, mas isso não significa que você deve continuar fazendo do jeito que começou – e assumir que eles estavam certos e que não cometeram erros, porqu,e sim, eles cometeram.

O começo deste país não era apenas grandeza. Não é um problema pequeno que no começo eles trouxeram muitas pessoas para escravizá-las como parte do começo de nossa cultura. É algo que não deve ser esquecido.

Nunca devemos esquecer como começamos, e isso deve nos tornar humildes, creio, e vigilantes de qualquer forma de opressão, porque foi assim que começamos. E isso significa que temos uma responsabilidade especial de nos proteger contra outras formas de opressão.

BBC News Mundo – O presidente dos EUA é frequentemente chamado de “líder do mundo livre” e o país é conhecido como “o melhor e maior” do mundo. Você acha que essas narrativas afetaram a discussão sobre o racismo no país?

Gordon-Reed – Claro. Se você pensa que é o melhor país do mundo e que é o líder do mundo livre, isso pode cegá-lo ou fazê-lo ignorar o que realmente está acontecendo no seu país. E não há dúvida de que, na década de 1950, quando os EUA tinham como oponente a União Soviética e a China, eles nos olharam e disseram: “espere um minuto, você pergunta o que acontece em nossas sociedades enquanto você tem pessoas vivendo sob as leis Jim Crow, vivendo em lugares onde há toque de recolher para os negros? Como eles podem ser esse padrão democrata quando fazem isso?”

Eu acho que a arrogância pode cegar as pessoas para seus defeitos.

BBC News Mundo – Você descobriu que os historiadores não estavam dizendo toda a verdade sobre Thomas Jefferson, que escreveu a Declaração de Independência. Que parte da sua vida estava escondida?

Gordon-Reed – Ainda estamos descobrindo fatos sobre ele, mas aconteceu porque as pessoas não gostaram da ideia de que ele teve filhos. A história da geração dos fundadores da América é muitas vezes construída a partir de sua raça branca. Eles os veem como uma espécie de símbolo para os brancos.

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Image caption Jefferson foi o terceiro presidente dos Estados Unidos

Portanto, se Jefferson viveu com uma mulher não-branca por 38 anos e teve filhos, isso muda a maneira como deveríamos pensar sobre sua vida e muda atitudes em relação às origens dos Estados Unidos.

Nunca foi um país branco. Sempre foi um país de indígenas, africanos, europeus, todos juntos. E essa é uma história que, durante muito tempo, os historiadores não quiseram contar.

Agora está aberto e é diferente, mas houve resistência porque a história de Jefferson, sua história com Sally Hemings, faz você pensar em quão mais complexo esse mundo era do que apenas um mundo de pessoas brancas.

BBC News Mundo – Como você se sente quando vê que ainda existem predominantemente escolas “brancas” ou “negras” ou hispânicas?

Gordon-Reed – Algumas coisas mudaram, mas não tanto quanto gostaríamos que elas tivessem mudado. É um pouco deprimente, porque essa dificuldade ainda existe.

Mas também não faz tanto tempo… Estamos falando de décadas. Mas escravidão, se você pensar bem… os britânicos trouxeram africanos nos anos 1600. Ficamos sob escravidão por mais tempo do que estamos livres.

Queremos que as coisas aconteçam mais rapidamente, e não há razão para que isso não ocorra, mas ainda devemos lembrar que muitas coisas aconteceram num piscar de olhos, historicamente falando. E isso significa que cada geração deve continuar lutando para progredir.

Se você me perguntar como me sinto a respeito, não estou feliz por não haver mais progresso para mais pessoas. Tive sucesso e tenho uma vida boa, mas não é só comigo. Deveria haver mais pessoas com acesso a melhor educação, melhores cuidados de saúde, todos os tipos de coisas pelas quais ainda temos que lutar.

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Image caption ‘Deveria haver mais pessoas com acesso a melhor educação, melhores cuidados de saúde, todos os tipos de coisas pelas quais ainda temos que lutar’, diz Gordon-Reed

BBC News Mundo – Como você entende este momento nos EUA e para onde o país pode ir?

Gordon-Reed – Acho que podemos tirar muito proveito desse momento. A partir da pandemia, podemos repensar nosso foco no sistema de saúde. Entendemos que nos países europeus as pessoas sofriam um pouco menos porque tinham acesso a um sistema de saúde universal. As pessoas não precisavam se preocupar com os custos depois de irem ao hospital. Eu acho que esse momento nos fará pensar de maneira diferente sobre o acesso à saúde.

E acho que nos ajudará a pensar de maneira diferente sobre o papel da polícia. É bastante claro que temos que mudar nossa atitude em relação à militarização da polícia.

Eu acho que é hora de ter uma conversa diferente sobre isso e focar muito mais no papel de proteger e servir, em vez de ser soldados que estão lutando com um inimigo.

BBC News Mundo – O que os americanos devem aprender sobre a história e o legado da escravidão que não é ensinado nas escolas?

Gordon-Reed – Eu acho que o principal que deve ser ensinado é que existe um legado. Acho que há uma tendência de ensinar às pessoas que houve escravidão, mas elas acreditam que isso terminou em 1865 e que não tem nada a ver conosco hoje.

Eu acho que o mais importante é que as pessoas entendam, como eu disse antes, que a escravidão existiu por mais tempo do que temos de emancipação. E não é possível erradicar todos os efeitos disso no período entre 1865 e agora.

Ainda existem atitudes e ecos sobre os negros e todas essas coisas decorrem do que aconteceu durante os tempos da escravidão. Eu gostaria que as pessoas não pensassem na escravidão como algo que não tem nada a ver conosco hoje.

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Fonte: BBC