Medidas para reunificar famílias de imigrantes separadas é lançada por Joe Biden

O presidente Joe Biden, assinou na terça-feira (2) novas ordens executivas para reverter medidas do governo de Donald Trump para o controle da imigração. Antes de confirmar as ordens ele disse que não está fazendo novas leis. “Estou eliminando políticas ruins”, afirmou a repórteres na Casa Branca.

Uma das medidas cria uma força-tarefa para promover a reunificação de familiares separados por políticas de imigração adotadas pela gestão anterior. Essa equipe irá reunir representantes dos imigrantes e do governo para buscar maneiras de reaproximar parentes e crianças que perderam contato, além de tomar medidas para garantir que essa prática não ocorra mais.

Este é o segundo grande movimento do novo presidente sobre o assunto. No primeiro dia de governo ele assinou outras seis ordens referentes à imigração, incluindo a suspensão das obras de ampliação do muro na fronteira com o México.

As medidas, no entanto, podem enfrentar resistência. Um juiz federal bloqueou uma das ações de Biden, o congelamento por cem dias da maioria das deportações. Assim, há o risco de que outros pedidos de ativistas conservadores na Justiça possam atrasar o desmonte das políticas de Trump.

Trump fez um acerto com o México para que imigrantes irregulares que tentassem chegar aos Estados Unidos fossem contidos naquele país, antes de tentarem cruzar a fronteira. Para pressionar o governo mexicano, o republicano ameaçou aumentar tarifas sobre importações do México para os EUA.

A gestão do republicano também criou um programa, chamado de MPP, para que os solicitantes de asilo aos Estados Unidos aguardassem a resposta em território mexicano. Antes, era possível esperar dentro dos EUA.

O MPP enviou 65 mil solicitantes de asilo para esperar a resposta no México. Muitos deles retornaram a seus países, enquanto outros ficaram em acampamentos perto da fronteira, do lado mexicano. Em 2019, 46 mil pessoas receberam asilo dos EUA, segundo dados do DHS (Departamento de Segurança Nacional).

O governo Biden parou de incluir imigrantes no MPP e determinou, na terça, uma revisão do programa, mas ainda não determinou o que fazer com as pessoas que estão esperando respostas no México.

Biden procura reverter as políticas de migração de Trump aos poucos, tanto por questão burocrática – o governo anterior fez mudanças por meio de uma série de leis e regras diferentes – quanto para evitar uma nova onda de imigração que poderá surgir caso haja a sensação de que a fiscalização foi enfraquecida.

Em dezembro, antes de tomar posse, Biden disse que os Estados Unidos precisam criar uma barreira de proteção, de modo a não “terminar com 2 milhões de pessoas na nossa fronteira”.

Embora alto, o número não está muito longe da realidade. Em 2019, foram detidos ou expulsos 1,01 milhão de estrangeiros que tentavam entrar ou permanecer nos EUA de maneira irregular, segundo o DHS. O valor foi quase o dobro do registrado em 2018, mas significou um retorno ao patamar de décadas anteriores: entre 1990 e 2006, o total de imigrantes pegos em situação ilegal sempre ficou acima de 1 milhão por ano.

Na terça (2), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo pretende criar mecanismos que tratem os imigrantes de forma mais humana, mas ressaltou que “não é a hora de vir para os Estados Unidos”.

Fonte: Brazilian Press