Metrô de Nova York parará de madrugada para desinfecção

Metro NYC Metrô de Nova York parará de madrugada para desinfecção
A suspensão noturna dos serviços, que nunca foi imposta por um longo período de tempo no sistema, entrarão em vigor nas primeiras horas de quarta-feira (6)

A partir de quarta-feira (6), o sistema que funciona 24 hor dia, 7 dias por semana, fechará das 1:00 am às 5:00 am para limpeza

Na quinta-feira (30), o sistema de metrô de Nova York, que funciona  24 horas por dia, 7 dias por semana, fechará diariamente das 1:00 am às 5:00 am, para facilitar a limpeza contra o coronavírus, anunciou o Governador Andrew Cuomo. A decisão é considerada histórica.
“Você nunca teve o desafio de desinfetar todos os trens a cada 24 horas”, disse Cuomo em uma entrevista coletiva em Albany (NY), um problema que ele no início desta semana instruiu o Metropolitan Transportation Authority (MTA) a resolver. “Isso pode ser feito melhor interrompendo o serviço de trem das 1:00 am às 5:00 am todas as noites”.

A suspensão noturna dos serviços, que nunca foi imposta por um longo período de tempo no sistema, entrarão em vigor nas primeiras horas de quarta-feira (6), disse Cuomo.
O Governador divulgou a notícia após consulta com o Prefeito Bill de Blasio. A decisão foi tomada em meio à uma crise de falta de moradia e deterioração das condições do sistema de metrô.

O “empreendimento maciço” deve impactar 10 mil passageiros todas as noites, de acordo com Cuomo, que disse que ônibus, vans e veículos de aluguel serão disponibilizados para compensar a suspensão.

“Você tem trabalhadores essenciais que estão usando nossos trens e metrôs e eles terão transporte durante esse período de tempo”, prometeu Cuomo.

Os fechamentos parciais foram anunciados menos de duas semanas depois que um grupo bipartidário de quatro membros da Câmara Municipal pediu a Cuomo em uma carta para desligar o sistema na sua totalidade para proteger os funcionários do MTA. Outros aspectos da proposta do grupo foram adaptados para a suspensão agora anunciada, incluindo o prazo aproximado, sugeriram os membros do conselho de que as estações permaneçam fechadas da meia-noite às 5 da manhã para limpezas noturnas e o uso de outros veículos para os trabalhadores se locomoverem.

Cuomo na época descartou a ideia, citando a necessidade de manter o serviço de metrô para os trabalhadores essenciais. Entretanto, o recente esforço para desinfectar o sistema de metrô foi feito visando a segurança dos mesmos trabalhadores essenciais, os quais Cuomo disse merecerem mais do que viagens perigosas e insalubres.

“É nossa obrigação, como seres humanos, retribuir e garantir que estamos fazendo tudo o que podemos”, disse ele.

. Moradores de rua:

A suspensão dos serviços de metrô terá benefício adicional, de Blasio disse, de forçar a crescente população de sem-teto que dormem nos vagões a subir para as ruas, onde eles podem ser conectados a serviços sociais.

“Este novo plano tocará essa realidade inaceitável e nos permitirá realmente oferecer ajuda para as pessoas de maneira mais eficaz”, disse ele. “Se você não vai e volta a noite toda no trem, na verdade você estará subindo para as ruas, onde os profissionais estão lá para ajudá-lo”.

Entretanto, a decisão desagradou alguns líderes comunitários, que criticaram Blasio e Cuomo.
“Eles abandonaram os sem-teto, o que é muito, muito triste”, Michael Fischer, presidente da Associação Cívica do Central Park, antes do anúncio da paralisação do metrô. “O que a Cidade está fazendo é criminoso tanto para os sem-teto quanto para os trabalhadores essenciais”, continuou ele, argumentando que os moradores de rua potencialmente contagiosos representam uma ameaça para si ou para outros, reconhecendo que Blasio e Cuomo possuem a autoridade legal para forçá-los a sair dos trens.

Como solução, Fischer propôs a construção de “abrigos portáteis” nos quais os desabrigados podem obter ajuda enquanto mantêm um distanciamento social adequado, não muito diferente dos hospitais de campanha construídos pelo Corpo de Engenheiros do Exército no auge da crise dos coronavírus.

Fonte: Brazilian Voice