Trump ameaça penalizar economicamente o México para combater o contrabando de drogas na divisa entre os dois países
Mais de 20 estados apresentaram um processo judicial para bloquear os planos do Presidente Donald Trump de financiar um muro de fronteira com o México, desviando fundos federais por meio de uma declaração nacional de emergência, disse o procurador geral do Estado de Nova York.
“Esse muro é desnecessário e um abuso de poder que tirará recursos que poderiam ser usados para ajudar os americanos em todo o país”, postou a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, no Twitter na sexta-feira (5).
Os estados entraram com a ação judicial em fevereiro depois que Trump declarou emergência nacional para ajudar a construir um muro de fronteira, promessa de campanha dele para presidente em 2016. A moção visa bloquear o esforço de Trump, que foi apresentado na noite de quinta-feira (11).
Ainda na quinta-feira, a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, disse que a Câmara acionará judicialmente a transferência de dinheiro para pagar pelo muro.
“A ação do presidente viola claramente a cláusula de apropriação roubando fundos já reservados, uma ação que não foi autorizada pela autoridade constitucional ou estatutária”, disse Pelosi, que é líder democrata no Congresso, em um comunicado.
Pelosi acrescentou um grupo consultivo legal do Congresso votou a favor da ação judicial.
A ordem de Trump permitiria que ele gastasse verba que o Congresso apropriou para outros propósitos. O Congresso se recusou a atender a solicitação dele de US$ 5,7 bilhões para ajudar a construir o muro em 2019.
A Câmara dos Deputados, liderada por democratas, aprovou uma lei para suspender a declaração de emergência de Trump na fronteira EUA-México, entretanto, o Presidente o primeiro veto de seu governo em março para bloquear essa medida.
“A Câmara vai mais uma vez defender nossa democracia e nossa Constituição, desta vez nos tribunais”, disse Pelosi em um comunicado. “Ninguém está acima da lei ou da Constituição, nem mesmo do presidente”.
No entanto, o procurador-geral dos EUA, William Barr, disse que a declaração de emergência do presidente era legal. Enquanto isso, na sexta-feira (5), Trump foi à Califórnia em um esforço renovado para tornar a segurança de fronteira uma questão central de campanha para sua reeleição em 2020.
Trump, falando com repórteres ao deixar a Casa Branca, negou que tenha mudado de ideia sobre o fechamento da fronteira com o México, uma ameaça que ele recuou na quinta-feira (11). Ele disse que inverteu o curso porque viu o México se tornar mais duro em impedir os migrantes de rumarem ao norte. “Eu nunca mudei de ideia”, afirmou o Presidente. “Eu posso fechar a fronteira em algum momento.”
Fonte: Brazilian Voice