Trump quer impedir estudantes internacionais de trabalharem pelo programa OPT

Passporte da Cinha: estudantes desse país são a maioria nos EUA.

Os Estados Unidos ainda são o país mais procurados por estudantes universitários, com mais de um milhão deles espalhados pelo país, visando trabalho e futura residência legal. Mas com as restrições do atual governo, vêm diminuindo o número de visto de trabalho H-1B concedidos e, agora, o alvo de Donald Trump é são os programas que permitem trabalhar legalmente sob visto de estudante, como o OPT- Optional Practical Training

(Leia: Afinal, imigrantes sob o visto F-1 (estudante) poderão receber autorizações de trabalho por causa da COVID-19?).

O presidente pensa em impor novas restrições aos estudantes internacionais, impedindo-os de trabalharem após a graduação. Novas medidas atingem majoritariamente a China, que representam maior fonte de estudantes internacionais nas universidades dos EUA.

Ordem Executiva

No mês de abril, o governo Trump já tinha emitido uma ordem executiva suspendendo a entrada da maioria dos novos imigrantes por pelo menos 60 dias, com possibilidade de 30 dias de extensão. Em 27 de abril, em entrevista de rádio com Brian Kilmeade, o secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, indicou que o Treinamento Prático Opcional é um alvo da administração. Kilmeade perguntou sobre o argumento do senador Tom Cotton de que os estudantes chineses deveriam ser proibidos de estudar em áreas técnicas nos Estados Unidos, porque voltam à China com esse conhecimento – o projeto de lei de Cotton foi rejeitado pelo Senado em fevereiro de 2018.

Ao contrário do argumento do senador de que a maioria dos estudantes chineses retorna à China, os dados da National Science Foundation mostram que 90% dos doutores da China nos campos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) permanecem no país por 10 anos depois de receberem seus diplomas. Limitar o OPT encorajaria mais estudantes chineses a voltar para a China depois de concluir os estudos na América, que tem sido uma meta do governo chinês.

estudantes estrangeiros
Estudantes estrangeiros da área de STEM.
Estudantes da área STEM nos EUA

“Do ponto de vista do Departamento de Segurança Interna, certamente estamos muito preocupados com o número de programas de vistos que os estudantes chineses podem usar para entrar no país e estudar e ficar e, eventualmente, trabalhar”, disse Wolf.

“Vimos que alguns desses programas foram usados abusivamente ​​no passado. Este é um trabalho que já está em andamento no Departamento. Novamente teremos uma série de recomendações que incluiremos, e algumas delas podem incluir estudantes sob o que chamamos de OPT e CPT”, completou Wolf.

Os esforços para impor novas restrições aos estudantes chineses e ao treinamento prático opcional podem ser um esforço para aproveitar a crise do coronavírus para estabelecer objetivos políticos de longa data, assim como a ordem executiva continha disposições quase idênticas sobre imigração legal às de um projeto da Casa Branca.

“Retaliar” a China faz parte de uma estratégia para o ano eleitoral, segundo o site Politico.com. Mas o governo Trump enfrenta um desafio em restringir ou eliminar o OPT. O argumento econômico para incentivar os estudantes internacionais a virem para a América é forte, enquanto o argumento para restringir esses estudantes e sua capacidade de trabalhar nos Estados Unidos é fraco.

Stephen Miller, agora o principal arquiteto da política de imigração do governo, ajudou a elaborar um projeto de lei (S. 2394) para os senadores Jeff Sessions e Ted Cruz, que eliminariam o treinamento prático opcional e proibiria quase todos os estudantes internacionais de trabalhar no país, a menos que trabalhem 10 anos fora do país.

Capital humano

Madeline Zavodny, professora de economia da Universidade do Norte da Flórida, examinou quase uma década de dados sobre o OPT e concluiu: “Os resultados indicam que o programa OPT não reduz as oportunidades de emprego para trabalhadores americanos nos campos de STEM”.

Países do mundo todo estão competindo pelo mais valioso de todos os recursos – o capital humano. O Canadá, a Austrália e outros países já facilitam o trabalho dos estudantes internacionais nos Estados Unidos após a graduação. O número de estudantes internacionais da Índia estudando em universidades canadenses aumentou de 76.075 em 2016 para 172.625 em 2018, um aumento de 127%, segundo o Bureau Canadense de Educação Internacional.

Com informacoes da CNN e da Forbes.

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Fonte: Gazeta News